Esta é a história de um gato que se apaixona por uma andorinha causando estranheza em todos os outros animais que habitavam um parque. A Andorinha está prometida ao Rouxinol mas, ao mesmo tempo, incentiva o amor do Gato. Acontecem juras, o Gato escreve poemas, eles passeiam juntos enquanto as outras personagens condenam o amor impossível.
Autor: Jorge Amado
“O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha”
Quando a Primavera chegou, vestida de luz, de cores e de alegria, olorosa de perfumes sutis, desabrochando as flores e vestindo as árvores de roupagens verdes, O Gato Malhado, estirou os braços e abriu os olhos pardos, rebolou-se na grama, como se fosse um Gato jovem, soltou um miado que mais parecia um gemido e até sorriu. O Gato aspirou a plenos pulmões a Primavera recém –chegada.
Sentia-se leve, gostaria de dizer algumas palavras sem compromisso, porém todos haviam fugido. Não, todos não. No ramo de uma árvore a Andorinha Sinhá fitava o Gato Malhado e sorria-lhe.
Gato perguntou-lhe? Tu não fugiste, como os outros?
Sinhá diz: eu não, não tenho medo de ti.
Tu não podes me alcançar, não tem asas para voar, és um gatarrão feio e tolo, alias, mais feio que tolo.
Assim começa a história de amor entre o Gato Malhado, feio, rabugento e com fama de mau e a jovem, corajosa, ousada e louquinha: Andorinha Sinhá.
O Gato era a sombra na vida clara e tranqüila da Andorinha Sinhá, ela o seguia do alto, pois pressentia o grande corpo do Gato quando ia a caminho do seu canto predileto e lá de cima, voando, Andorinha jogava gravetos sobre ele só para atrair a sua atenção.
Um dia, ele esperou-a, e como ela não veio foi caminhando e quando deu por si, estava debaixo da árvore onde Andorinha morava com sua família. Começam a conversar, ela o chama de feio, ele não quer, ela o chama de formoso, ele não quer, ele pede que o chame de Gato. Ela diz que não pode, pois sempre disseram que Andorinhas não podem conversar com nenhum Gato. (Os Gatos são inimigos das Andorinhas).
“Se eu não fosse um Gato te pediria para casares comigo”
Andorinha Sinhá, voou rente sobre o Gato, tocou-lhe com a asa esquerda, ele até ouviu o coraçãozinho dela bater forte.
Um dia, no outono, Andorinha Sinhá, procura o Gato Malhado e o avisa não vai poder mais vê-lo, vai casar com o Rouxinol.
O Gato Malhado passa a viver das recordações e dos doces momentos vividos, fica triste pois sabe que não pode viver só de lembranças, necessita também dos sonhos do futuro.
No dia do casamento da Andorinha com o Rouxinol, o Gato vai em busca da cobra cascavel, para por fim a vida, pois já não sonha mais, reconheceu que já não havia futuro com que alimentar seu sonho de amor impossível.
Do alto, Andorinha o vê caminhando, e adivinha-lhe o pensamento e deixa cair uma lágrima sobre ele e pensa: quem disse que uma Andorinha não pode se apaixonar por um Gato Malhado? Quem determinou que o amor só pode florescer e frutificar entre os pares? Quem disse isso é por quê nunca viveu nem sonhou uma grande história de amor.
Esta semana,eu ainda estava vendo alguns vídeos de montagens teatrais com esse texto!É MUITO lindinho!!!
ResponderExcluirUm ótimo final de semana!
Bjs!
Eu ganhei este livro da minha querida avó, é
ResponderExcluirlindo e o tenho guardado até hoje...Doces lembranças!.